Festival RTP da Canção 1981:
Bric-à-Brac - "Daqui deste país"
Daqui deste país
Daqui deste país
Do meu doer
Te escrevo, meu amor
Daqui da minha dor
Quem bem me quer
Está longe, meu amor
Daqui (deste cinzento) deste cinzento (de lata e vento)
De lata e vento
Te sofro em cada dia, amor
Aqui (neste relento) neste relento (neste tormento)
Neste tormento
O pão não nasce sem suor
Aqui, nestes andaimes de chuva
Não nascem cachos de uva
Não bebo o vinho que ambos pisámos
Só bebo o aceno que trocámos
Aqui, nestes andaimes de chuva
Não nascem cachos de uva
Não bebo o vinho que ambos pisámos
Só bebo o aceno que trocámos
Aqui, (sempre estrangeiro) sempre estrangeiro (sem barca bela)
Sem barca bela
Sem nau das descobertas
Aqui (dói o amor) dói o amor (dói a saudade)
Dói a saudade
São feridas sempre abertas
Daqui (deste país) deste país (com estas letras)
Com estas letras
Invento a alegria, amor
Daqui (deste país) deste país (com estas lágrimas)
Com estas lágrimas
Te escrevo e conto a minha dor
Aqui, em alamedas de fumo
Tijolos e fios de prumo
Não nasce o sol
Aqui com este céu a sangrar
Com o teu bordado a gritar
E o meu lençol
Aqui com este inútil luar
Aberto de par em par
Nesta janela deste paíѕ
Te digo: até um dia, аmor
Artist | Bric-à-Brac |
Title | Daqui deste país |
Composer | Manuel José Soares |
Lyricist | Mário Contumélias |
Language | Portuguese |