Festival RTP da Canção 1997:
Vanda - "África"

África

Vivem com armadura de pele humana exposta ao sol
Vivem com amargura, com fome, o corpo sempre mole
Não vivem, sobrevivem
Não sei bem como nem porquê

Vivem num seio do vento, num espaço aberto a solidão
Vivem num sangramento com uma arma sempre à mão
Não vivem, sobrevivem
Não sei bem como nem porquê

Falo das gentes de África
Falo do povo de África
Eu queria acreditar

Tu, eu e nós e o mundo a uma só voz
Tu, eu e nós não vos vamos deixar sós

Sofrem sempre calados, um pranto mudo cai na Terra
Aos gritos abafados do horizonte pela guerra
A vida a esperar a morte
Eu sei bem como e sei porquê

Picados pelos abutres da guerra perdem a razão
Picados pelos abutres, um dia em pé, outro no chão
A vida a esperar a morte
Eu sei bem como e sei porquê

Falo das gentes de África
Falo do povo de África
Eu queria acreditar

Tu, eu e nós e o mundo a uma só voz
Tu, eu e nós não vos vamos deixar sós

Tu, eu e nós e o mundo a uma só voz
Tu, eu e nós não vos vamos deixаr sóѕ